Ruínas de Cayres

O amanhecer da Era dos Homúnculos pode ter sido marcado pela inovação e promessa, mas, como toda luz intensa, lançou uma sombra igualmente escura. Cayres, a cidade natal dos Homúnculos, veio a descobrir essa verdade da maneira mais dolorosa.

Os Homúnculos eram instrumentos precisos, entidades obedientes criadas a partir de um único elemento e sintonizadas nas frequências do cristal de adenistio. Eram capazes de realizar tarefas complexas e participar de combates com eficiência notável, mas sua autonomia era limitada pela capacidade de seus titereiros - os alquimistas que os controlavam. As ações e respostas dos Homúnculos, seu grau de agressividade ou cautela, suas habilidades empregadas em momentos específicos - tudo era orquestrado pelos alquimistas através das frequências do adenistio.

Mas a ambição daquele povo, como sempre, desejava mais. Um grupo de alquimistas de Cayres começou a sonhar com homúnculos totalmente independentes, criaturas que poderiam tomar decisões e executar tarefas sem supervisão constante. Eles imaginaram uma nova era, na qual os Homúnculos não seriam meras marionetes, mas entidades capazes de se adaptar e agir de acordo com as necessidades do momento.

Este sonho, no entanto, era prematuro. A tecnologia e o entendimento para a criação de uma inteligência autônoma estava além do alcance de Cayres naquela época e também em futuras gerações. Mas isso não desencorajou os alquimistas ambiciosos. Cegos pelo seu desejo de progresso, eles iniciaram experimentos perigosos, brincando com forças que mal entendiam.

Foi a desestabilização de um cristal de adenistio - um cristal gigante, cujo poder reverberava por toda a cidade - que marcou o fim de Cayres. As energias liberadas pela implosão do cristal rasgaram a cidade de dentro para fora, reduzindo a outrora orgulhosa Cayres a ruínas.

Hoje, As Ruínas de Cayres são um lembrete sombrio do custo da ambição desenfreada. A cidade que deu à luz os Homúnculos agora jaz em silêncio, um monumento à arrogância de seus habitantes, um aviso para aqueles que aspiram a manipular forças além de sua compreensão.