Otrokar
Aninhada entre o mar agressor e uma floresta verdejante, a cidade-caverna de Otrokar é um santuário de paz e harmonia. Diferente das cidades belicosas e ambiciosas, os cidadãos de Otrokar cultivam uma conexão mais profunda com a natureza e a deusa Andra, dedicando sua energia ao estudo da filosofia, medicina e transmutação.
Nos salões de Otrokar, as plantas têm seu espaço bem definido, ficando um jardim, sempre ao redor de uma fonte de água, no centro do mercado central e das comunidades. A estátua de Andra reina imponente, sozinha, ao centro da fonte, jorrando água de sua boca.
Mercado Central
O mercado central se apresenta num vasto salão arredondado com o teto esculpido em três cúpulas com vários arcos em cada uma, produzindo um efeito ondulatório, como uma concha.
Como as comunidades são auto sustentáveis, a troca de mercadorias perdeu força, dando origem a um mercado peculiar: um local usado pelas comunidades para a troca de conhecimento e tecnologias. Professores, curandeiros e alquimistas se reúnem sob as impressionantes cúpulas arqueadas do salão do mercado, sentados sobre tapetes coloridos em contraste com as cerâmicas pardas, discutindo suas teses.
Comunidades
Apesar da harmonia, as comunidades em Otrokar costumam ser mais isoladas, dificilmente se misturando, o que explica o surgimento natural de um mercado voltado para a troca de conhecimentos e tecnologias.
O isolamento das comunidades levou a um aumento no número de crianças nascidas com a maldição de Andra. Por muitos anos, os habitantes de Otrokar procuraram uma cura para essa condição, progredindo significativamente no campo da medicina. No final, descobriram que a solução não estava em uma cura, mas na compreensão do motivo da maldição - um desequilíbrio na diversidade genética causado pelo isolamento. Desde então, as comunidades passaram a trocar irmãos de sexo oposto com outras comunidades, mantendo assim sua tradição e equilíbrio.
Cada comunidade é pequena o suficiente para que quase todos se conheçam, diminuindo o índice de criminalidade. Assim, as comunidades se permitem terem poucas sentinelas e entradas para seus aposentos cobertas apenas por cortinas, sejam elas de fios entrelaçados em pedras e bolinhas de madeira ou apenas um belo tecido colorido, ambos feitos pelo próprio morador.
Édito aos Exilados
Em meio à paz e simplicidade de Otrokar, os exploradores antigos contavam suas aventuras aos jovens estudantes, que sem um propósito claro em meio àquela abundância, se deixaram inflamar pelo espírito de ambição, aspirando grandes feitos e aventuras além das paredes da cidade-caverna. No entanto, essa ânsia de exploração começou a ameaçar o crescimento da população de Otrokar, uma vez que cada vez mais pessoas partiam e dificilmente retornavam, sejam mortos pelos desafios de Mazarot ou por preferirem a nova vida que encontrara em Adenista.
Em resposta a essa ameaça, os regentes de Otrokar tomaram uma decisão controversa: restringir a emigração. A consequência direta dessa medida foi a elevação da profissão de explorador a um novo patamar de prestígio, pois tornou-se a única porta de saída para o exterior. No entanto, para evitar um êxodo em massa de exploradores, o governo de Otrokar instituiu o Édito aos Exilados. Em colaboração com a cidade-caverna de Adenista, o édito proíbe os exploradores, que desertam de Otrokar, de entrar em Adenista. Em troca dessa restrição, Otrokar fornece recursos para Adenista.
Apesar do édito, muitos conseguiam se infiltrar em Adenista, acolhidos pela população local. Como resposta, Otrokar implementou uma emenda ao decreto, oferecendo recompensas pela captura dos desertores. Isso levou ao surgimento de caçadores de recompensas, tornando a fuga de Otrokar um ato perigoso.
O édito e sua emenda encontraram forte oposição entre os jovens de Otrokar, mas sem apoio popular, eles não tiveram forças para derrubar as medidas. Tentativas de fugir para Aesmite resultaram em muitos sendo escravizados. Até que, por fim, juntaram-se aos peregrinos perdidos de Adenista e fundaram a cidade-caverna de Roderim.
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